sábado, 31 de dezembro de 2011

QUEM É O ESPÍRITO SANTO?


Jesus deixou João batizá-lo para cumprir as previsões feitas sobre o Messias. Tais previsões diziam que João reconheceria o Messias quando visse descer sobre Ele um Espírito, e que este ficaria sobre o mesmo. João então mergulhou Jesus, e quando este saiu das águas e se pôs em oração, o céu se abriu e João viu o Espírito de Deus descendo "como pomba" e vindo sobre Jesus. Neste momento uma voz dos céus dizia: "Este é o meu filho amado, em quem me comprazo".
Assim, o batismo do Espírito Santo nada mais é que a sintonia com os benfeitores do plano invisível, através de manifestações mediúnicas ostensivas ou sutis. E a igreja católica utiliza a figura da pomba para simbolizar o Espírito Santo.
Corinto era uma cidade comercial, com mais de 500.000 habitantes, na maioria escravos. Nesse porto marítimo se acotovelava gente de todas as raças e religiões à procura de vida fácil e luxuosa, criando ambiente de imoralidade e ganância. Por isso, Paulo disse aos Coríntios (6: 19:20): “quem se entrega à imoralidade peca contra o seu próprio corpo. Ou vocês não sabem que o seu corpo é templo do Espírito Santo, que está em vocês e lhes foi dado por Deus?” Paulo pedia para que aquele povo cuidasse do corpo físico, deixando claro que nele habita um Espírito Santo, ou seja, todo Espírito é Santo, mesmo os que se encontram na imoralidade. Ele é santo, porque foi criado por Deus para que dele façamos bom uso. E quando fora do corpo (desencarnado), são eles que estão por aí dando comunicações sobre todos os pontos da Terra, utilizando para isso, os intermediários, ou seja, os médiuns de todas as religiões e fora delas também. Mas, para dIstinguir um bom Espírito de um menos bom, costumam chamar os bons Espíritos de Espírito Santo ou Espírito de Luz.  

Compilação feita por Rudymara do Grupo de Estudo "Allan Kardec" - grupoallankardec.blogspot.com



segunda-feira, 26 de dezembro de 2011

DEUS É VINGATIVO? - José Reis Chaves


Para teólogos do passado, Deus é vingativo e até sádico




Sacrifícios de sangue agradam apenas aos espíritos atrasados


Praticando o mal, traçamos o nosso destino provisório de sofrimento, pois vamos colhendo o que semearmos como nos ensinam as escrituras sagradas de todas as religiões. E, assim, vamos caminhando, até que consigamos a difícil passagem pela porta estreita, segundo o Mestre dos mestres, para quem muitos querem, mas não conseguem passar por ela, e ao que eu acrescento que, por enquanto, muitos nem sequer querem passar por essa porta. Mas não faltará o momento de eles o desejarem e por ela conseguirem passar, como aconteceu com o filho pródigo da parábola, que, só após colher os amargos e disciplinares frutos da má semeadura que fez, despertou para a sua libertação.

Deus, ao criar o homem, sabia de nossos reveses. Mas sabia também que o tempo, que é seu e sem fim, nos seria dado suficientemente para que nós, espíritos imortais, pudéssemos usá-lo pelas eternidades afora, até que conseguíssemos, um dia, a nossa difícil libertação. Realmente, Deus jamais criaria um filho seu para um sofrimento irremediável e sem fim, já que Ele só cria com sabedoria e amor infinitos. Portanto, jamais o Nazareno quis dizer que quem não passasse pela porta estreita não mais passaria por ela.

O nosso sofrimento não significa castigo e menos ainda coisa agradável a Deus. Essa ideia dos teólogos do passado admite, mesmo que inconscientemente, que Deus é vingativo e até sádico. Mas na verdade jamais Deus se deleitaria com o sofrimento de uma pessoa ou de um animal. O apóstolo Paulo ensina que o mesmo fogo (dor) que queima uma obra, provocando dano em alguém, salva a ele como que através do fogo (1 Coríntios 3:15). E o fogo bíblico é diferente, esotérico, figurado e purificador do espírito, o que nos traz à memória o Purgatório da Igreja, elogiado por Kardec. O sofrimento, pois, nada mais é do que a colheita da má semeadura. Ele serve apenas de disciplina para a correção do erro, e não é, eu repito, nada agradável a Deus, como aquela teologia antiga ensinava, por confundir sofrimento com virtude, e prazer e alegria com pecado.

De fato, os teólogos do passado, inclusive alguns que escreveram textos bíblicos, por influência da mitologia, dos sacrifícios de religiões pagãs feitos aos deuses ou demônios (espíritos humanos) atrasados, que eles confundiam com o Espírito do próprio Deus, e, principalmente, por causa do sacrifício de Jesus na cruz, entenderam e ensinaram que Deus se compraz com rituais de sangue derramado, o que eu tenho denominado de "teologia do sangue". Esse foi um dos grandes erros dos teólogos judeus e cristãos antigos que ainda é aceito por muitos religiosos, e que foi veementemente condenado por Jesus: "Basta de sacrifícios, eu quero misericórdia!".

Se Jesus, cuja vontade é a de Deus, detesta sacrifícios e quer misericórdia, como, pois, Deus poderia nos dar por destino irremediável o nosso sacrifício infernal da "Divina Comédia", de Dante, anulando, por completo, a sua tão decantada misericórdia infinita?

Não nos esqueçamos de que Jesus morreu na cruz, justamente em consequência de Ele ter vindo trazer para nós regras de como nos libertarmos, o quanto antes, do sofrimento e da dor. E são essas regras, ou seja, o Evangelho, o que nos salva, e não os sacrifícios agradáveis apenas aos espíritos atrasados!


Publicado no Jornal OTEMPO em 26/12/2011

domingo, 18 de dezembro de 2011

O QUE PENSAR DO NATAL?


O que pensar do Natal? Uma época de tanto movimento social abre e fecha de presentes. Papai Noel passeando por aí, em suas carruagens, em ambientes sofisticados. Sonhos e fantasias nos olhares dos pequeninos, que tanto esperam um momento mágico e, por que não dizer?, de nós, também, eternos velejadores, entre oceanos de sonhos, desejos e fantasias.

Acredito que toda criação humana tenha a sua importância, mas amo pensar na raiz, no radical, no princípio em que tudo começou. Assim...

Era uma vez uma história de Natal...

Menino nascendo, reis magos, animais acalentadores, uma mulher e um homem a caminho de sua cidade natal, para o recenseamento. Estrela que brilha lá longe! Longe e perto de nós. A luz que se procura. Esclarecimento, conhecimento, paz, amor. A estrela brilha, é a figura que se destaca, a escuridão agora só é o fundo de uma pintura bonita que retrata uma história.

Jesus nasce!

Nasce e se desenvolve em meio a homens e mulheres, carneiros e ovelhas, escolhidos e malditos. Nasce, cresce e se desenvolve, abrindo novas paragens, construindo novos olhares, educando pelas parábolas e trazendo às pessoas a esperança e a possibilidade da desenvoltura de sua autonomia, para se lançarem a uma vida diferente e melhor. Cegos que são cegos e cegos não cegos voltam a enxergar. Ouvidos ouvem pela primeira vez a palavra e as pernas começam a se movimentar. Vejo o toque da liberdade da humanidade a se humanizar.

Jesus nasce!

Em várias crenças, em várias casas, em várias mesas, nos olhares e nos cânticos de adoração.

Entretanto, o meu desejo hoje é que Ele nasça em seu coração!

Muita paz!


FERNANDA LEITE BIÃO
fernandabiao9@hotmail.com
Belo Horizonte, Minas Gerais (Brasil)









domingo, 4 de dezembro de 2011

O ESPIRITISMO É RELIGIÃO?



O Espiritismo é uma ciência (estuda as manifestações dos espíritos através da mediunidade), é uma filosofia (questiona: quem somos; de onde viemos; porque estamos aqui; para onde iremos depois da morte física), com consequencias religiosas. Porque, a ciência e a filosofia só tem explicação se buscarmos quem rege suas leis (Deus). A ciência e a filosofia sem a moral religiosa seria um desastre. Para Kardec moral e religião se equivalem. "A Ciência e a Religião são duas alavancas da inteligência humana; uma revela as leis do mundo material e a outra as do mundo moral." ( O Evangelho segundo o Espiritismo, cap. I, item 8).
POR QUE O ESPIRITISMO NÃO FOI APRESENTADO LOGO COMO RELIGIÃO?
Por duas razões:
1) A fim de evitar rejeição e até perseguição prematura os bons espíritos aguardaram a maturidade da inteligência humana. Primeiro estabeleceram os fundamentos filosóficos e científicos.
2) Porque, na opinião geral, a palavra "religião" é inseparável do "culto", coisa que o Espiritismo não tem. Exemplo: dogmas, casta sacerdotal com seu cortejo de hierarquias, cerimônias, privilégios e a mistificação e os abusos. (Kardec, discurso em 1º/nov./1868 - RE dez/1868)

Portanto, precisamos intensificar, nas casas, instituições e departamentos espíritas, a explicação do porque precisamos mudar nossas atitudes e as consequencias quando não mudamos. Há casas preocupadas com o grande número de frequentadores sem se preocupar com a qualidade dos ensinamentos. Muitos procuram a casa espírita para se beneficiar "materialmente", com curas, consultas vãs com espíritos, cartas consoladoras, afastar obsessores, cestas básicas, etc. Exemplo: há pessoas que pegam cestas básicas em vários lugares, mentem, ficam acomodadas. Isto é cristão? Não. Nem da parte de quem busca e nem de quem doa. Outros buscam passe como buscam hóstia. Há quem frequente o passe como se fosse missa ou culto evangélico onde: entra, ouve, toma passe e vai embora como se já tivesse cumprido a obrigação com Deus. Mas lá fora, perante a família e a sociedade, agem como se a atitude moral religiosa não fosse importante.  Há dirigente ocupando grande tempo para sofisticados passes ou rituais de cura ao invés de aprimorar os ensinamentos moral religioso. Dentro da casa espírita há palestrante pregando mudança de comportamento, mas fora dela fuma, bebe e tem atitude diferente do que prega. Enfim, estamos agindo como "uma religião a mais", errando onde Kardec tentou evitar que errássemos e onde muitas religiões erraram no passado e erram até hoje. Mas nós, espíritas, fazemos pior que tais religiões. Por que? Porque temos mais conhecimento. Então perguntemos: O que estamos ensinando para estas pessoas? Estamos ensinando a busca do religiosismo (culto externo) ou da religiosidade (qualidade de ser religioso)? Que exemplo os espíritas estão dando para motivar esta mudança? Precisamos rever nossas atitudes.  
 








segunda-feira, 21 de novembro de 2011

NO PLANO DOS SONHOS - André Luiz


André Luiz conta no capítulo 8, do livro Missionários da Luz, que no plano espiritual onde ele se encontra há um centro de estudos, com número superior a 300 associados, no entanto, apenas 32 conseguem romper as teias inferiores das mais baixas sensações fisiológicas, para assimilarem as lições.
Muitos faltam aos estudos porque atendem a seduções comuns, reduzindo-se ainda mais a freqüência geral.
Certa madrugada de estudo (2:00h), percebeu-se que faltavam apenas 2 companheiros: Vieira e Marcondes.
Alexandre, o orientador, recomendou ao auxiliar Sertório, que fosse saber o que se passava com os faltosos. André Luiz o acompanhou.

Primeiro foram à residência de Vieira. Ao adentrar o quarto, perceberam que Vieira estava sofrendo um pesadelo cruel. Seu corpo perispirítico estava unido à forma física, embora parcialmente desligados entre si. Ao seu lado, permanecia uma entidade singular, trajando vestes absolutamente negras. Vieira soltava gritos agudos, e sufocava-se, angustiadamente, enquanto a entidade escura fazia gestos que André Luiz não compreendia.
Sertório, então, iniciou um diálogo com a entidade, que disse ser velho conhecido de Vieira. E que estava ali porque o mesmo o chamou com suas reiteradas lembranças que o acusava de faltas que, dizia ele, não ter cometido. Que já sofria muito após a morte para ter que ouvir falsos testemunhos de amigos maledicentes. Decepcionado com o amigo, que ele achava de confiança, resolveu esperar Vieira nos momentos de sono, a fim de prestar-lhe os necessários esclarecimentos.
Sertório conversou com a entidade das sombras inferiores, para que desculpasse o amigo, dizendo que não devemos exigir dos outros conduta rigorosamente correta, se ainda não somos criaturas irrepreensíveis. A entidade ficou de pensar. Sertório então, resolveu socorrer Vieira, acordando-o energicamente gritando seu nome com força.
Assim, Vieira não pode comparecer aos trabalhos da noite.

Em seguida, foram visitar Marcondes. Segundo André Luiz, o quadro agora era muito mais triste e constrangedor. Marcondes não estava sob impressões de pavor, como aconteceu com Vieira, mas estava acompanhado de 3 entidades femininas de galhofeira expressão que permaneciam em atitudes menos edificante. Marcondes não soube disfarçar a surpresa da visita. Envergonhado, tentou dar explicações. Mergulhou a cabeça nas mãos, como desejasse esconder-se de si mesmo. As entidades atrevidas e nervosas afirmavam que estavam ali porque Marcondes as chamou, por isso, elas não permitiriam seu afastamento.
Apesar de envergonhado, Marcondes não conseguia reagir. Sertório então, resolveu ir embora dizendo:
- Cada qual escolhe as companhias que prefere. Futuramente você compreenderá que somos seus amigos leais e que desejamos todo o bem.

Sertório explicou para André Luiz que não poderia agir ali do mesmo modo que agiu com Vieira. Marcondes deveria demorar-se em tal situação para que outro dia a lembrança desagradável mais duradoura, fortificando-lhe a repugnância pelo mal.


Resumo de Rudymara do Grupo de Estudo "Allan Kardec" - http://grupoallankardec.blogspot.com




segunda-feira, 14 de novembro de 2011

RECEPÇÃO NA CASA ESPÍRITA



"A casa espírita deve ser uma instituição que represente os braços do Mestre abertos e estendidos a envolver todos os irmãos que ELE nos encaminhar, pois, que o Centro Espírita é a casa em que as almas encarnadas e desencarnadas podem encontrar Jesus, através dos seus trabalhadores,..."

Entendemos, que a maneira como somos recebidos em qualquer lugar ou instituição, seja por amigos ou desconhecidos, muita influência exerce em nossa maneira de nos portarmos em tais ambientes, isto é, se somos recebidos de maneira fria, desinteressada, sem qualquer importância, nossa atuação estará muito comprometida, pois, nos sentiremos deslocados, incomodados etc.

Se, ao contrário, formos recebidos com carinho, com votos de boas-vindas, com camaradagem, com alegria pelos recepcionistas desses lugares ou instituições, nosso ânimo será outro, e nossa participação será bem diferente, pois, nos sentiremos queridos, estimados etc.

Da mesma forma que nós, todas as outras pessoas também desejam ser bem recebidas, e se estamos na Casa Espírita que freqüentamos, a recepção que devemos dar a quem nos procura deve ser a mais calorosa, atenciosa, e respeitosa possível, visto que estaremos representando, a infinidade de trabalhadores do Mestre de Nazaré que nos ensinou a "amar a Deus sobre todas as coisas e ao próximo como a nós mesmos".

Por essa razão, a casa espírita deve ser uma instituição que represente os braços do Mestre abertos e estendidos a envolver todos os irmãos que ELE nos encaminhar, pois, que o Centro Espírita é a casa em que as almas encarnadas e desencarnadas podem encontrar Jesus, através dos seus trabalhadores, em quem o Mestre muito confia, assim sendo, algumas atitudes devem ser tomadas para que os irmãos que nos procurem possam realmente encontrar apoio e orientação segura para suas dificuldades, sejam quais forem.

Para tanto, a casa espírita deve preparar seus tarefeiros para esse mister, escolhendo através de cursos a serem ministrados com essa finalidade, onde os mais experientes, os mais dedicados possam ser encaminhados para o setor de recepção da casa espírita, e estará preparado para dar todas as informações sobre as atividades da casa, as primeiras orientações sobre a doutrina etc., nesses encontros, devem ser solicitado a todos os participantes que dêem sugestões para uma recepção digna a quem buscar o Templo Espírita a que pertençamos, e posteriormente selecionadas as melhores idéias para serem desenvolvidas e postas em prática com o comprometimento de todo grupo.

Essas reuniões, em nossa casa espírita, acontecem normalmente nos grupos de estudos, onde em determinadas oportunidades fazemos um balanço daquilo que achamos que precisa ser implantado ou modificado e pedimos a opinião de todos os participantes que opinam e por participarem dos métodos de definição de como melhorar a tarefa estudada, se acham bem integrados com as medidas definidas e se empenham por cumpri-las.

Não mais se pode admitir, uma casa espírita, onde alguém dá a ordem e todos têm que executar, seja ou não favorável e sem ser ouvido, hoje o diálogo, na busca de soluções para os problemas que nos surgem é de vital importância para a manutenção de uma Instituição sadia, sem correntes contrárias a se combaterem, afinal somos espíritas e não podemos nos esquecer dessa responsabilidade em hipótese alguma.

De nossas experiências, podemos apenas sugerir algumas idéias para melhorar essa recepção em nossas casas espíritas, respeitando cada grupo espírita que é absolutamente independente para agir de conformidade com sua filosofia, e não temos a pretensão de passarmos por professores de conduta ou autoridades em qualquer tipo de assunto, apenas queremos se possível contribuir para um melhor relacionamento entre a instituição, seus tarefeiros e os irmãos que chegarem na busca de orientação e auxílio.

Sugestões para uma boa Recepção:

1) Criação de uma mentalidade de recepcionar bem quem quer que procure a Instituição, através de avisos, folhetos, conversas nos grupos de estudos e trabalhos da casa espírita;

2) Pedir aos trabalhadores da casa espírita sugestões para essa finalidade;

3) Constituir um grupo de trabalhos visando a implantação das melhores sugestões, visto que cada instituição conhece melhor seu público;

4) Preparar tarefeiros para essa tarefa específica, envolvendo os de maior conhecimento sobre a casa e sobre a doutrina, os mais calmos, pacientes, que melhor saibam se expressar etc.;

5) Buscar o envolvimento de todos os dirigentes, e trabalhadores da casa, pois, sem a participação de todos, o trabalho não terá a mesma eficiência, sabemos que 100% (cem por cento) não é possível, mas, o maior número viável de tarefeiros deve ser a meta.

Pensamos que para uma boa recepção é preciso um bom conhecimento dos postulados da doutrina espírita, e não devemos em hipótese alguma desistir por mais e maiores dificuldades que possam surgir, pois, os espíritos Superiores estarão nos dando todo apoio necessário para que triunfemos ao final da peleja.

Desde a entrada da casa espírita, já deve ter o visitante a saudação de boas-vindas, com um belo sorriso no rosto do tarefeiro, a entrega de uma mensagem contendo uma página edificante e ainda, se possível, com as atividades da casa no verso, o que facilitará em muito a tarefa de explicação do tarefeiro. Para uma boa recepção não é necessário quase nada, uma simples mesa na entrada da casa, que não atrapalhe o acesso das pessoas, ou mesmo o plantão permitido por uma escala de tarefeiros para cada dia de atividade da casa, para recepcionar quem chegue e distribuir as mensagens em pé mesmo. Os casos que precisem de uma palavra mais especializada, o plantonista encaminhará a pessoa a alguém também bem preparado para uma adequada orientação etc.

Chamamos a atenção para o fato de que é necessário que a pessoa responsável pela recepção tenha total conhecimento das atividades da casa e que se mantenha simpática em todos os momentos, pois, lembramos que a recepção é o primeiro contato do visitante com a nossa casa espírita ou mesmo com a doutrina espírita, e quase sempre é a primeira impressão que cativará ou afastará o indivíduo e muitos outros que por seu intermédio poderão chegar.

É, conveniente lembrar também, que se deve evitar lidar com dinheiro no local da recepção, pois, muitas vezes é na própria recepção que trabalhadores e freqüentadores da casa fazem doações ou pagamentos de alguma promoção beneficente promovida pelo grupo, o que deve ser em nossa modesta opinião feita na tesouraria da casa espírita em local adequado para tal atividade, pois, para as pessoas que chegam pela primeira vez ao centro espírita, pode causar estranheza e interpretações equivocadas sobre o motivo do recebimento do dinheiro.

Que Jesus nos abençoes e inspire, para que possamos ser dignos representantes seus, diante do ser que nos chegar à sua procura!


Por Francisco Rebouças






quarta-feira, 2 de novembro de 2011

SER ESPÍRITA


Ser espírita não é ser nenhum religioso; é ser cristão.
Não é ostentar uma crença; é vivenciar a fé sincera.
Não é ter uma religião especial; é deter uma grave responsabilidade.
Não é superar o próximo; é superar a si mesmo.
Não é construir templos de pedra; é transformar o coração em templo eterno.
Ser espírita não é apenas aceitar a reencarnação; é compreendê-la como manifestação da Justiça Divina e caminho natural para a perfeição.
Não é só comunicar-se com os Espíritos, porque todos indistintamente se comunicam, mesmo sem o saber; é comunicar-se com os bons Espíritos para se melhorar e ajudar os outros a se melhorarem também.
Ser espírita não é apenas consumir as obras espíritas para obter conhecimento e cultura; é transformar os livros, suas mensagens, em lições vivas para a própria mudança.
Ser sem vivenciar é o mesmo que dizer sem fazer.
Ser espírita não é internar-se no Centro Espírita, fugindo do mundo para não ser tentado; é conviver com todas as situações lá fora, sem alterar-se como espírita, como cristão.
O espírita consciente é espírita no templo, em casa, na rua, no trânsito, na fila, ao telefone, sozinho ou no meio da multidão, na alegria e na dor, na saúde e na doença.
Ser espírita não é ser diferente; é ser exatamente igual a todos, porque todos são iguais perante Deus.
Não é mostrar-se que é bom; é provar a si próprio que se esforça para ser bom, porque ser bom deve ser um estado normal do homem consciente.
Anormal é não ser bom.
Ser espírita não é curar ninguém; é contribuir para que alguém trabalhe a sua própria cura.
Não é tornar o doente um dependente dos supostos poderes dos outros; é ensinar-lhe a confiar nos poderes de Deus e nos seus próprios poderes que estão na sua vontade sincera e perseverante.
Ser espírita não é consolar-se em receber; é confortar-se em dar, porque pelas leis naturais da vida, "é mais bem aventurado dar do que receber".
Não é esperar que Deus desça até onde nós estamos; é subir ao encontro de Deus, elevando-se moralmente e esforçando-se para melhorar sempre.
Isto é ser espírita.
Com as bençãos de Jesus, nosso mestre.

Do livro: Aprendendo a lidar com as crises
De: Wanderley Pereira



domingo, 30 de outubro de 2011

FINADOS NA VISÃO ESPÍRITA


O hábito de visitar os mortos, como se o cemitério fosse sala de visitas do Além, é cultivado desde as culturas mais remotas. Mostra a tendência em confundir o indivíduo com seu corpo. Há pessoas que, em desespero ante a morte de um ente querido, o "VISITAM" diariamente. Chegam a deitar-se no túmulo. Desejam estar perto do familiar. Católicos, budistas, protestantes, muçulmanos, espíritas - somos todos espiritualistas, acreditamos na existência e sobrevivência do Espírito. Obviamente, o ser etéreo não reside no cemitério. Muitos preferem dizer que perderam o familiar, algo que mostra falta de convicção na sobrevivência do Espírito. Quem admite que a vida continua jamais afirmará que perdeu alguém. Ele simplesmente partiu. Quando dizemos "perdi um ente querido", estamos registrando sérios prejuízos emocionais. Se afirmarmos que ele partiu, haverá apenas o imposto da saudade, abençoada saudade, a mostrar que há amor em nosso coração, o sentimento supremo que nos realiza como filhos de Deus. Em datas significativas, envolvendo aniversário de casamento, de morte, finados, Natal, Ano Novo, dia dos Pais, dia das Mães, sempre pensamos neles.
COMO PODEMOS AJUDAR OS QUE PARTIRAM ANTES DE NÓS? Envolvendo o ser querido em vibrações de carinho, evocando as lembranças felizes, nunca as infelizes; enviando clichês mentais otimistas; fazendo o bem em memória dele, porque nos vinculamos com os Espíritos através do pensamento. Além disso, orando por ele, realizando caridade em sua homenagem, tudo isso lhe chegará como sendo a nossa contribuição para a sua felicidade; a prece dá-lhe paz, diminui-lhe a dor e anima-o para o reencontro futuro que nos aguarda.
PODEMOS CHORAR? Podemos chorar, é claro. Mas saibamos chorar. Que seja um choro de saudade e não de inconformação e revolta. O choro, a lamentação exagerada dos que ficaram causam sofrimento para quem partiu, porque eles precisam da nossa prece, da nossa ajuda para terem fé no futuro e confiança em Deus. Tal comportamento pode atrapalhar o reencontro com os que foram antes de nós. Porque se eles nos visitar ou se nós os visitarmos (através do sono) nosso desequilíbrio os perturbará. Se soubermos sofrer, ao chegar a nossa vez, nos reuniremos a eles, não há dúvida nenhuma.
ENTÃO OS ESPÍRITAS NÃO VISITAM O CEMITÉRIO? Nós espíritas não visitamos os cemitérios, porque homenageamos os “vivos desencarnados” todos os dias. Mas a posição da Doutrina Espírita, quanto as homenagens (dos não espíritas), prestadas aos "MORTOS" neste Dia de Finados, ao contrário do que geralmente se pensa, é favorável, DESDE QUE SINCERAS E NÃO APENAS CONVENCIONAIS.
Os Espíritos, respondendo a perguntas de Kardec a respeito (em O Livro dos Espíritos), mostraram que os laços de amor existentes entre os que partiram e os que ficaram na Terra justificam esses atos. E declaram que no Dia de Finados os cemitérios ficam repletos de Espíritos que se alegram com a lembrança dos parentes e amigos. Há espíritos que só são lembrados nesta data, por isso, gostam da homenagem; há espíritos que gostariam de serem lembrados no recinto do lar. Porque, se ele desencarnou recentemente e ainda não está perfeitamente adaptado às novas realidades, irá sentir-se pouco à vontade na contemplação de seus despojos carnais; Espíritos com maior entendimento, pedem que usemos o dinheiro das flores em alimento aos pobres. Portanto, usemos o bom senso em nossas homenagens. Com a certeza que ELES VIVEM. E se eles vivem, nós também viveremos. E é nessa certeza que devemos aproveitar integralmente o tempo que estivermos encarnados, nos esforçando para oferecer o melhor de nós em favor da edificação humana. Só assim, teremos um feliz retorno à pátria espiritual.

Compilação de Rudymara - http://grupoallankardec.blogspot.com






terça-feira, 25 de outubro de 2011

AS CORES DAS ROUPAS DOS MÉDIUNS - Raul Teixeira



As cores das roupas que os médiuns estejam usando, interferem na qualidade do fenômeno mediúnico?

Raul Teixeira - Em nada interferem as cores de uso externo do médium na qualidade dos fenômenos mediúnicos. Interagem, isto sim, as “cores” de dentro, o caráter, o modo de ser e de viver de cada um.

Alguma necessidade particular existe para que se recomende aos médiuns o uso de aventais, jalecos ou outras roupas especiais, nos trabalhos mediúnicos do Espiritismo?
Raul Teixeira - À luz do pensamento espírita, nenhuma necessidade existe para o uso de roupas especiais, ou vestes de quaisquer naturezas, nos cometimentos mediúnicos espíritas, que possam designar símbolos ou paramentação inadequada aos eventos doutrinários. Até porque, perante a expressão de Jesus, trazendo-nos a imagem do “túmulo caiado por fora escondendo putrefação na intimidade”, notamos a importância de cada um alimpar-se por dentro, tecendo, com os esforços da sua transformação moral, a anelada “túnica nupcial”, a que Jesus se referiu na parábola do festim de bodas.

sexta-feira, 21 de outubro de 2011

quarta-feira, 19 de outubro de 2011

SUICÍDIO - Richard Simonetti


1 – Em circunstâncias adversas, o suicídio é uma saída para algumas pessoas. O que diz o Espiritismo?

Nenhuma religião admite o suicídio, o que demonstra, em princípio, tratar-se de algo contrário às leis divinas. O Espiritismo corrobora essa idéia. Podemos dizer que se trata da pior maneira de morrer. Em qualquer tipo de morte podemos dizer que se cumpriram os desígnios divinos. No suicídio não. Deus não quer que ninguém elimine a própria vida.

2 - Fundamentalistas islâmicos vêm se matando, explodindo como bombas humanas, levando consigo muita gente. E se dizem religiosos...

Não conheco nenhum princípio islâmico que recomende o suicídio ou o assassinato. Os que o fazem são fanáticos movidos a ódio, que é a negação da religiosidade, e por uma profunda ignorância quanto às conseqüências do suicídio.

3 – Quais são essas conseqüências?

Todo ato de violência que cometemos contra nós mesmos, ferindo ou aniquilando o corpo, atinge o perispírito, nosso corpo espiritual. Em lamentável destrambelho, os suicidas são confinados em regiões de tormentos indescritíveis, que segundo eles próprios, não tem similar na Terra.

4 – Todos sofrem na mesma intensidade?

Depende do tipo de suicídio, das circunstâncias agravantes, como é o caso dos homens bomba, ou atenuantes, envolvendo uma depressão grave, um desequilíbrio mental.

5 – A obsessão é circunstância atenuante?

Sem dúvida. Há, inclusive suicídios que se afiguram como verdadeiros assassinatos cometidos por inimigos desencarnados. Envolvem de tal forma a vítima que a induzem a matar-se.

6 – Nesse caso não há responsabilidade da parte do obsidiado?

Sempre há responsabilidade no ato do suicídio. Nenhum obsessor nos obriga ao suicídio. Ele nos induz. A decisão é sempre nossa. Mesmo nos casos de subjugação, em que o obsessor domina a vítima esta tem o instinto de conservação a seu lado e tenderá a resistir, a não ser que a idéia a seduza.

7 – Em incêndios de edifícios tem ocorrido de pessoas presas em andares superiores saltarem para a morte, até a proximidade das chamas. É suicídio?

É apenas um gesto instintivo de fuga. O calor, nessa situação é tão intenso que, literalmente, pode derreter a vítima.

8 – O que podemos fazer pelos suicidas?

Esquecer as circunstâncias de sua morte. Deixar de lembrar deles morrendo em decorrência da auto-agressão. Pensar vivos, no mundo espiritual, e orar muito por eles. Dizem os suicidas que as orações em seu benefício constituem refrigério para suas almas.

9 - Existe o carma do suicídio?
O problema do suicídio não é de carma. Decorre da falta de calma quando não aceitamos as provações humanas.

10 - E se a pessoa tem uma depressão tão forte que não consegue viver, enxergando no suicídio sua única saída?
Seria uma boa saída se a vida terminasse no túmulo. Como não termina, o suicídio apenas abre a porta para um mergulho com sofrimentos maiores.

11 - Aqueles que enfrentam graves depressões parecem não se importar muito com essa perspectiva. Consideram que não pode existir situação pior do que a que estão enfrentando.
Enganam-se. Não há na Terra sofrimento que se compare ao do suicida. O Espírito Camilo Castelo Branco deixa isso bem claro no livro “Memórias de um Suicida”, psicografia de Yvonne A. Pereira, onde descreve suas experiências no Vale dos Suicidas.

12 - É possível alguém ser induzido ao suicídio por um Espírito obsessor?
Sim. Mas é preciso lembrar que os obsessores apenas exploram nossas tendências. Dificilmente conseguirão induzir ao suicídio um coração confiante em Deus, habituado a cultivar otimismo e bom ânimo.

13 - Não há casos de subjugação em que o obsessor sobrepõe-se às reações do obsidiado, precipitando-o no auto-aniquilamento?
Aparentemente, sim. Tenho observado casos de suicídio que mais parecem assassinatos cometidos por Espíritos.

14 - Nesse caso o suicida estaria isento de responsabilidade?
É difícil ajuizar até que ponto ele estava impedido de reagir. De qualquer forma a responsabilidade é compatível com seu grau de maturidade e informação. Há circunstâncias atenuantes, como numa obsessão; ou agravantes, como o fato de estarmos perfeitamente conscientes do que fazemos e das conseqüências.

15 -Como confortar as pessoas que passam pela desdita de um suicídio na família?
É preciso ter sempre presente que o suicida não perde a condição de filho de Deus, nem é confinado em tormentos irremissíveis. Deus não desampara nenhum de seus filhos. O suicida aprende da forma mais dolorosa, mas segundo sua própria escolha, que a Vida deve ser respeitada.


OBSERVAÇÃO: Suicídio é o tema do "O FILME DOS ESPÍRITOS".





terça-feira, 18 de outubro de 2011

A SALVAÇÃO SEGUNDO O ESPIRITISMO



Todos queremos ser salvos. Mas será que paramos para pensar: ser salvos do que, ou de quem? Alguns querem ser salvos deste mundo, achando que a vida é um castigo. Outros querem ser salvos do "demônio" ou do "inferno", como se houvesse, na perfeita Justiça Divina, espaço para seres ou lugares voltados exclusiva e eternamente para castigo, para o mal ou para malfeitores.
A máxima "fora da caridade não há salvação" assenta um princípio universal e abre a todos os filhos de Deus o acesso à felicidade, elucidando a abordagem que Jesus faz da importância da caridade como condição absoluta de felicidade futura (O Evangelho Segundo o Espiritismo, capítulo XV). O dogma "fora da igreja não há salvação" é exclusivista, absolutista e não condiz com a bondade do Pai. "Fora da verdade..." é equivalente ao "fora da igreja...", pois nenhuma seita, filosofia ou religião possui o privilégio de conter a verdade absoluta. A caridade (benevolência com todos, indulgência com as imperfeições alheias e perdão das ofensas (O Livro dos Espíritos, questão 886) está ao alcance de todos: do ignorante ao sábio, do miserável ao rico, independente de qualquer crença particular.
Jesus é um salvador no sentido de que ele veio mostrar e exemplificar o amor, caminho que devemos seguir para a conquista da paz e da felicidade. Essa conquista é resultado de nossas obras: quanto mais orgulhosos e egoístas, mais longe estaremos da meta; quanto mais benevolentes e caridosos, mais nos aproximaremos do Mestre. Se ser seguidor de Jesus fosse o único caminho para a salvação, o que seria dos bilhões de seres que habitam e habitaram o Oriente, onde o Cristianismo é apenas pequena fração religiosa?
Quando raciocinamos profundamente, vemos que uma pequena existência é pouco para aprendermos e vivenciarmos tudo o que necessitamos. As vidas sucessivas (reencarnações) conduzem à lógica de que em cada etapa, em cada encarnação, evolui-se, gradativamente, até atingir a perfeição relativa. Assim, salvação é sinônimo de evolução: o espírito só evolui à medida que aprende a amar ao próximo, minorando suas dores e praticando a caridade. A salvação segundo o Espiritismo é a salvação de nós mesmos, de nossas imperfeições morais. É a superação dos vícios e defeitos, substituído-os por virtudes e qualidades. Cada passo dado nesse sentido aproxima-nos mais de Deus e nos faz ficar mais próximos da felicidade. A “conquista do céu” é a consciência reta e o bem agir.
Se fizermos assim, independente da religião que professamos ou até se não a tivermos, estaremos seguindo a trilha demonstrada pelo Cristo há mais de dois mil anos.

Luis Roberto Scholl

Publicado no Seara Espírita, ano VI, nº 61, dezembro 2003







OS PROBLEMAS QUE ENFRENTAMOS DEVEM SER RESOLVIDOS POR NÓS MESMOS


Das histórias que Hilário Silva reuniu para compor seus dois livros – A vida escreve e Almas em desfile – ambos psicografados pelos médiuns Waldo Vieira e Francisco Cândido Xavier, há uma que expressa bem o que muitas pessoas buscam encontrar valendo-se do Espiritismo.
Trata-se do caso José Cardoso, o confrade que insistia, nas sessões mediúnicas de que participava, em buscar ajuda dos mentores espirituais para a descoberta de tesouros ocultos.
A região em que morava fora sede de mineração. Ali haviam sido descobertas arcas antigas e caldeirões recheados de pepitas e moedas. Devia haver, portanto, segundo pensava Cardoso, muito ouro escondido...
A cobiça era disfarçada com o uso de um argumento conhecido: com o tesouro encontrado seria possível realizar muitas obras caritativas...
Segundo o relato de Hilário, o amigo José Cardoso era persistente e não perdia ocasião de propor ao mentor do grupo questões voltadas para aquela ideia, que se lhe tornara obcecante.
O leitor pode imaginar a dificuldade dos mentores espirituais em tratar com semelhantes pessoas. Como responder ao confrade sem causar constrangimento, desapontamento e decepção?
Evidentemente, alguém mais sensato poderia ter lembrado a Cardoso e aos componentes do grupo o que nos ensina a questão 533 d´O Livro dos Espíritos, adiante reproduzida:

533. Podem os Espíritos fazer que obtenham riquezas os que lhes pedem que assim aconteça?
“Algumas vezes, como prova. Quase sempre, porém, recusam, como se recusa à criança a satisfação de um pedido inconsiderado.”

A iniciativa não foi, porém, tomada, o que motivou o mentor do grupo, quando o assunto veio novamente à baila, a dizer-lhe:
– Meu irmão, fique tranquilo. Sua petição é bem inspirada. Sua intenção é construtiva. Indicaremos caminho para um tesouro no chão.
Ao ouvir semelhantes palavras, a pequena assembleia se assustou, receando estivesse ocorrendo uma mistificação. José Cardoso estava, porém, contente.
O mentor então explicou:
– Cardoso, busque o seu quintal. Além do pátio empedrado, depois da cozinha, você vê todos os dias grande mancha de terra escura, que a tiririca está envolvendo. Cave lá, meu amigo.
José Cardoso anotou cuidadosamente a orientação e no outro dia, pela manhã, começou a cavar, e cavou até ficar exausto. Para seu desapontamento, não encontrou sinal nenhum de tesouro escondido.
Na reunião mediúnica seguinte, ele interpelou o mentor espiritual, que lhe explicou que ele cavara muito bem e que o caminho da riqueza estava pronto. E, diante da curiosidade geral, acrescentou:
– Plante na cova rasgada um pé taludo de laranjeira, regue-a e trate-a com amor e, em breve, você terá o tesouro que procura, porque uma laranjeira, Cardoso, é princípio de um laranjal...

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A lição contida na história relatada por Hilário Silva é bem sutil, mas serve de advertência para todos os que esperam encontrar no Espiritismo a solução para os seus problemas de ordem material ou espiritual.
Nos casos de obsessão, é muito comum a família depositar a pessoa perturbada na Casa Espírita e aguardar, de braços cruzados, sua cura.
Os mentores espirituais inspiram-nos, ajudam-nos, estimulam-nos, mas é bom que lembremos que nós é que estamos encarnados e, portanto, a nós compete resolver os problemas advindos de nossa presença neste plano.
Transferir aos protetores espirituais a tarefa que nos pertence é um equívoco lamentável que não se sustenta em nenhum dos ensinamentos contidos na doutrina codificada por Kardec e desenvolvida, entre outros, por Denis, Delanne, Emmanuel, Joanna de Ângelis e André Luiz.

http://www.oconsolador.com.br/ano5/231/editorial.html