O Espiritismo é uma ciência (estuda as manifestações dos espíritos através da mediunidade), é uma filosofia (questiona: quem somos; de onde viemos; porque estamos aqui; para onde iremos depois da morte física),
com consequencias religiosas. Porque, a ciência e a filosofia só tem
explicação se buscarmos quem rege suas leis (Deus). A ciência e a
filosofia sem a moral religiosa seria um desastre. Para Kardec moral e
religião se equivalem. "A Ciência e a Religião são duas
alavancas da inteligência humana; uma revela as leis do mundo material e
a outra as do mundo moral." ( O Evangelho segundo o Espiritismo, cap. I, item 8).
POR QUE O ESPIRITISMO NÃO FOI APRESENTADO LOGO COMO RELIGIÃO?
Por duas razões:
1)
A fim de evitar rejeição e até perseguição prematura os bons espíritos
aguardaram a maturidade da inteligência humana. Primeiro estabeleceram
os fundamentos filosóficos e científicos.
2)
Porque, na opinião geral, a palavra "religião" é inseparável do
"culto", coisa que o Espiritismo não tem. Exemplo: dogmas, casta
sacerdotal com seu cortejo de hierarquias, cerimônias, privilégios e a
mistificação e os abusos. (Kardec, discurso em 1º/nov./1868 - RE dez/1868)
Portanto, precisamos
intensificar, nas casas, instituições e departamentos espíritas, a
explicação do porque precisamos mudar nossas atitudes e as consequencias
quando não mudamos. Há casas preocupadas com o grande número de
frequentadores sem se preocupar com a qualidade dos ensinamentos. Muitos
procuram a casa espírita para se beneficiar "materialmente", com curas, consultas vãs com espíritos, cartas consoladoras, afastar obsessores, cestas básicas, etc. Exemplo:
há pessoas que pegam cestas básicas em vários lugares, mentem, ficam
acomodadas. Isto é cristão? Não. Nem da parte de quem busca e nem de
quem doa. Outros buscam passe como buscam hóstia. Há quem frequente o
passe como se fosse missa ou culto evangélico onde: entra, ouve, toma
passe e vai embora como se já tivesse cumprido a obrigação com Deus. Mas
lá fora, perante a família e a sociedade, agem como se a atitude moral
religiosa não fosse importante. Há dirigente ocupando grande tempo para
sofisticados passes ou rituais de cura ao invés de aprimorar os
ensinamentos moral religioso. Dentro da casa espírita há palestrante
pregando mudança de comportamento, mas fora dela fuma, bebe e tem
atitude diferente do que prega. Enfim, estamos agindo como "uma religião a mais",
errando onde Kardec tentou evitar que errássemos e onde muitas
religiões erraram no passado e erram até hoje. Mas nós, espíritas,
fazemos pior que tais religiões. Por que? Porque temos mais
conhecimento. Então perguntemos: O que estamos
ensinando para estas pessoas? Estamos ensinando a busca do religiosismo
(culto externo) ou da religiosidade (qualidade de ser religioso)? Que
exemplo os espíritas estão dando para motivar esta mudança? Precisamos
rever nossas atitudes.
Rudymara (grupoallankardec.blogspot.com)
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