Todos queremos ser salvos. Mas será que paramos para pensar: ser salvos do que, ou de quem? Alguns querem ser salvos deste mundo, achando que a vida é um castigo. Outros querem ser salvos do "demônio" ou do "inferno", como se houvesse, na perfeita Justiça Divina, espaço para seres ou lugares voltados exclusiva e eternamente para castigo, para o mal ou para malfeitores.
A máxima "fora da caridade não há salvação" assenta um princípio universal e abre a todos os filhos de Deus o acesso à felicidade, elucidando a abordagem que Jesus faz da importância da caridade como condição absoluta de felicidade futura (O Evangelho Segundo o Espiritismo, capítulo XV). O dogma "fora da igreja não há salvação" é exclusivista, absolutista e não condiz com a bondade do Pai. "Fora da verdade..." é equivalente ao "fora da igreja...", pois nenhuma seita, filosofia ou religião possui o privilégio de conter a verdade absoluta. A caridade (benevolência com todos, indulgência com as imperfeições alheias e perdão das ofensas (O Livro dos Espíritos, questão 886) está ao alcance de todos: do ignorante ao sábio, do miserável ao rico, independente de qualquer crença particular.
Jesus é um salvador no sentido de que ele veio mostrar e exemplificar o amor, caminho que devemos seguir para a conquista da paz e da felicidade. Essa conquista é resultado de nossas obras: quanto mais orgulhosos e egoístas, mais longe estaremos da meta; quanto mais benevolentes e caridosos, mais nos aproximaremos do Mestre. Se ser seguidor de Jesus fosse o único caminho para a salvação, o que seria dos bilhões de seres que habitam e habitaram o Oriente, onde o Cristianismo é apenas pequena fração religiosa?
Quando raciocinamos profundamente, vemos que uma pequena existência é pouco para aprendermos e vivenciarmos tudo o que necessitamos. As vidas sucessivas (reencarnações) conduzem à lógica de que em cada etapa, em cada encarnação, evolui-se, gradativamente, até atingir a perfeição relativa. Assim, salvação é sinônimo de evolução: o espírito só evolui à medida que aprende a amar ao próximo, minorando suas dores e praticando a caridade. A salvação segundo o Espiritismo é a salvação de nós mesmos, de nossas imperfeições morais. É a superação dos vícios e defeitos, substituído-os por virtudes e qualidades. Cada passo dado nesse sentido aproxima-nos mais de Deus e nos faz ficar mais próximos da felicidade. A “conquista do céu” é a consciência reta e o bem agir.
Luis Roberto Scholl
Publicado no Seara Espírita, ano VI, nº 61, dezembro 2003
A máxima "fora da caridade não há salvação" assenta um princípio universal e abre a todos os filhos de Deus o acesso à felicidade, elucidando a abordagem que Jesus faz da importância da caridade como condição absoluta de felicidade futura (O Evangelho Segundo o Espiritismo, capítulo XV). O dogma "fora da igreja não há salvação" é exclusivista, absolutista e não condiz com a bondade do Pai. "Fora da verdade..." é equivalente ao "fora da igreja...", pois nenhuma seita, filosofia ou religião possui o privilégio de conter a verdade absoluta. A caridade (benevolência com todos, indulgência com as imperfeições alheias e perdão das ofensas (O Livro dos Espíritos, questão 886) está ao alcance de todos: do ignorante ao sábio, do miserável ao rico, independente de qualquer crença particular.
Jesus é um salvador no sentido de que ele veio mostrar e exemplificar o amor, caminho que devemos seguir para a conquista da paz e da felicidade. Essa conquista é resultado de nossas obras: quanto mais orgulhosos e egoístas, mais longe estaremos da meta; quanto mais benevolentes e caridosos, mais nos aproximaremos do Mestre. Se ser seguidor de Jesus fosse o único caminho para a salvação, o que seria dos bilhões de seres que habitam e habitaram o Oriente, onde o Cristianismo é apenas pequena fração religiosa?
Quando raciocinamos profundamente, vemos que uma pequena existência é pouco para aprendermos e vivenciarmos tudo o que necessitamos. As vidas sucessivas (reencarnações) conduzem à lógica de que em cada etapa, em cada encarnação, evolui-se, gradativamente, até atingir a perfeição relativa. Assim, salvação é sinônimo de evolução: o espírito só evolui à medida que aprende a amar ao próximo, minorando suas dores e praticando a caridade. A salvação segundo o Espiritismo é a salvação de nós mesmos, de nossas imperfeições morais. É a superação dos vícios e defeitos, substituído-os por virtudes e qualidades. Cada passo dado nesse sentido aproxima-nos mais de Deus e nos faz ficar mais próximos da felicidade. A “conquista do céu” é a consciência reta e o bem agir.
Se fizermos assim, independente da religião que professamos ou até se não a tivermos, estaremos seguindo a trilha demonstrada pelo Cristo há mais de dois mil anos.
Luis Roberto Scholl
Publicado no Seara Espírita, ano VI, nº 61, dezembro 2003
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