quarta-feira, 19 de outubro de 2011

SUICÍDIO - Richard Simonetti


1 – Em circunstâncias adversas, o suicídio é uma saída para algumas pessoas. O que diz o Espiritismo?

Nenhuma religião admite o suicídio, o que demonstra, em princípio, tratar-se de algo contrário às leis divinas. O Espiritismo corrobora essa idéia. Podemos dizer que se trata da pior maneira de morrer. Em qualquer tipo de morte podemos dizer que se cumpriram os desígnios divinos. No suicídio não. Deus não quer que ninguém elimine a própria vida.

2 - Fundamentalistas islâmicos vêm se matando, explodindo como bombas humanas, levando consigo muita gente. E se dizem religiosos...

Não conheco nenhum princípio islâmico que recomende o suicídio ou o assassinato. Os que o fazem são fanáticos movidos a ódio, que é a negação da religiosidade, e por uma profunda ignorância quanto às conseqüências do suicídio.

3 – Quais são essas conseqüências?

Todo ato de violência que cometemos contra nós mesmos, ferindo ou aniquilando o corpo, atinge o perispírito, nosso corpo espiritual. Em lamentável destrambelho, os suicidas são confinados em regiões de tormentos indescritíveis, que segundo eles próprios, não tem similar na Terra.

4 – Todos sofrem na mesma intensidade?

Depende do tipo de suicídio, das circunstâncias agravantes, como é o caso dos homens bomba, ou atenuantes, envolvendo uma depressão grave, um desequilíbrio mental.

5 – A obsessão é circunstância atenuante?

Sem dúvida. Há, inclusive suicídios que se afiguram como verdadeiros assassinatos cometidos por inimigos desencarnados. Envolvem de tal forma a vítima que a induzem a matar-se.

6 – Nesse caso não há responsabilidade da parte do obsidiado?

Sempre há responsabilidade no ato do suicídio. Nenhum obsessor nos obriga ao suicídio. Ele nos induz. A decisão é sempre nossa. Mesmo nos casos de subjugação, em que o obsessor domina a vítima esta tem o instinto de conservação a seu lado e tenderá a resistir, a não ser que a idéia a seduza.

7 – Em incêndios de edifícios tem ocorrido de pessoas presas em andares superiores saltarem para a morte, até a proximidade das chamas. É suicídio?

É apenas um gesto instintivo de fuga. O calor, nessa situação é tão intenso que, literalmente, pode derreter a vítima.

8 – O que podemos fazer pelos suicidas?

Esquecer as circunstâncias de sua morte. Deixar de lembrar deles morrendo em decorrência da auto-agressão. Pensar vivos, no mundo espiritual, e orar muito por eles. Dizem os suicidas que as orações em seu benefício constituem refrigério para suas almas.

9 - Existe o carma do suicídio?
O problema do suicídio não é de carma. Decorre da falta de calma quando não aceitamos as provações humanas.

10 - E se a pessoa tem uma depressão tão forte que não consegue viver, enxergando no suicídio sua única saída?
Seria uma boa saída se a vida terminasse no túmulo. Como não termina, o suicídio apenas abre a porta para um mergulho com sofrimentos maiores.

11 - Aqueles que enfrentam graves depressões parecem não se importar muito com essa perspectiva. Consideram que não pode existir situação pior do que a que estão enfrentando.
Enganam-se. Não há na Terra sofrimento que se compare ao do suicida. O Espírito Camilo Castelo Branco deixa isso bem claro no livro “Memórias de um Suicida”, psicografia de Yvonne A. Pereira, onde descreve suas experiências no Vale dos Suicidas.

12 - É possível alguém ser induzido ao suicídio por um Espírito obsessor?
Sim. Mas é preciso lembrar que os obsessores apenas exploram nossas tendências. Dificilmente conseguirão induzir ao suicídio um coração confiante em Deus, habituado a cultivar otimismo e bom ânimo.

13 - Não há casos de subjugação em que o obsessor sobrepõe-se às reações do obsidiado, precipitando-o no auto-aniquilamento?
Aparentemente, sim. Tenho observado casos de suicídio que mais parecem assassinatos cometidos por Espíritos.

14 - Nesse caso o suicida estaria isento de responsabilidade?
É difícil ajuizar até que ponto ele estava impedido de reagir. De qualquer forma a responsabilidade é compatível com seu grau de maturidade e informação. Há circunstâncias atenuantes, como numa obsessão; ou agravantes, como o fato de estarmos perfeitamente conscientes do que fazemos e das conseqüências.

15 -Como confortar as pessoas que passam pela desdita de um suicídio na família?
É preciso ter sempre presente que o suicida não perde a condição de filho de Deus, nem é confinado em tormentos irremissíveis. Deus não desampara nenhum de seus filhos. O suicida aprende da forma mais dolorosa, mas segundo sua própria escolha, que a Vida deve ser respeitada.


OBSERVAÇÃO: Suicídio é o tema do "O FILME DOS ESPÍRITOS".





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