quinta-feira, 6 de dezembro de 2012

NATAL - Richard Simonetti



1 - Por que o Natal converteu-se nessa gastança e comilança que nada tem a ver com Jesus? É uma velha tendência. Alimentando interesses imediatistas, sob inspiração da superficialidade, o homem sempre transforma o sagrado em profano. 

2 -O que se perdeu no Natal? O ensejo de reflexão em torno da vinda de Jesus ao planeta, substituído por festanças muito próximas das celebrações pagãs. É bastante ilustrativo o fato de que os animais que homenagearam Jesus junto à manjedoura hoje enfeitam as mesas natalinas, sacrificados para satisfazer à glutoneira dos fiéis que não guardam nenhuma fidelidade ao espírito natalino. 

3 -Qual o verdadeiro significado do Natal? Jesus, mensageiro divino que poderia nascer filho de rei, em berço de ouro, preferiu as palhas da manjedoura para dizer ao Homem que o caminho para Deus passa necessariamente pelos valores da simplicidade e da humildade. 

4 -Não obstante os desvios humanos, há algo de positivo nos festejos natalinos? Sem dúvida. Apesar de todas as deturpações, a lembrança do nascimento de Jesus desperta fortes impulsos de fraternidade. Os pobres ficam menos pobres, os doentes menos esquecidos, os companheiros difíceis menos incompreendidos. O Céu parece mais próximo da Terra, ante as manifestações de generosidade inspiradas pela mística do Natal. 

5 -Como encarar a troca de presentes? Há uma comercialização lamentável que, sob indução da propaganda, transforma o ato de presentear numa obrigação. Há quem se ofenda se não recebe algo dos familiares. É bom presentear, nos dá muita alegria. É sempre um gesto de carinho, uma manifestação de bem-querer. Ideal seria que não houvesse tempo certo para isso, uma obrigação inventada pelo comércio. Tira muito da espontaneidade do gesto e a magia da dádiva. 

6 - Devemos comemorar o Natal no Centro Espírita? Nada impede que companheiros façam uso da palavra, comentando os textos evangélicos relativos ao nascimento de Jesus, que programemos festas para as crianças, que exaltemos o significado do Natal. Cuidado, porém, para não transformar tudo isso num ritual, numa cerimônia especial, atendendo a um formalismo incompatível com a Doutrina Espírita. 

7 - E em casa? Há lares onde, reunida a família à mesa para a ceia, alguém fala sobre o Natal e exora as bênçãos do Céu. Toda comemoração natalina em família deveria sempre envolver manifestações dessa ordem. É sempre bom lembrar que nos reunimos para celebrar o nascimento de Jesus. Importante, portanto, falar do aniversariante, evocando o significado de sua vinda ao Mundo. 

8 - As religiões tradicionais falam que Jesus voltará à Terra. Teremos um novo Natal? Creio que Jesus já veio, segundo sua promessa, representado pelo Espiritismo, o Consolador a que se referiu na última ceia. Esse Espírito de Verdade da expressão evangélica, que nos surpreende, emociona e edifica com a beleza e profundidade de seus conceitos. Quanto ao novo nascimento de Jesus, ocorrerá, sim, um dia... Praza aos Céus aconteça em breve, o mais breve possível. Será naquele dia glorioso em que nos dispusermos a vivenciar integralmente sua mensagem. Então o Mestre nascerá em nossos corações!







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