sábado, 11 de setembro de 2010

"NOSSO LAR" - texto para entender o filme


André Luiz é um nome fictício, adotado pelo próprio espírito para proteger sua identidade como médico carioca. E no livro “Nosso Lar” ele conta, através da mediunidade de Chico Xavier, seu sofrimento, após sua desencarnação, ao ser chamado de suicida por companheiros da zona umbralina. Até que Clarêncio, o mensageiro divino, o resgatou e explicou que ele foi mesmo um suicida "indireto". Que todo seu aparelho gástrico foi destruído vagarosamente à custa de excessos de alimentação e bebidas alcoólicas. E a sífilis (conseqüência de algumas leviandades) devorou energias essenciais para sua recuperação corporal pós-operatória.

Para nós espíritas, o Céu e o Inferno são estados de consciência e não um local geográfico. Quem já sentiu a angústia do arrependimento mais intenso, por uma falta cometida, tem uma pequena idéia do que é o sofrimento dos Espíritos culpados após a desencarnação, que se tornam muito mais intenso na Espiritualidade, onde não há as limitações impostas pelo corpo físico, nem as ilusões da existência material, que ocultam as percepções e anestesiam a consciência. Os Espíritos comprometidos com o mal mergulham, ao desencarnar, num torvelinho de emoções e lembranças relacionados com suas faltas, experimentam sofrimentos morais tão intensos que não há nada que se lhes compare na Terra, onde os levará para regiões (UMBRAIS) que condizem com o estado de sua consciência. Portanto, quem nos leva ao umbral é a nossa consciência pesada. E o umbral é definido como uma "região destinada a esgotamento de resíduos mentais.” Assim sendo, entende-se como um período posterior ao desencarne (processo em que a alma abandona o corpo após a morte deste) que possibilita à alma entender o seu atual estado espiritual. O tempo de permanência no Umbral, e a ocorrência de processos dolorosos de culpa e flagelação, vai depender do estágio evolutivo da alma e do reconhecimento humilde das faltas cometidas. Só é resgatado de lá quem realmente demonstrar sincero arrependimento das transgressões cometidas perante a lei divina.
Nós espíritas, entendemos por purgatório, as dores físicas e morais: o tempo da expiação. Quase sempre, é na Terra que fazemos o nosso purgatório, ou seja, que expiamos (pagamos) as nossas faltas. Purgatório significa purgação, purificação. O purgante é o remédio que limpa o organismo. E as dores e aflições são os purgantes que limpam a alma das viciações que nos levam a transgredir a Lei Divina. Podemos dizer que, o caminho mais rápido e seguro entre o purgatório e o Céu, é “O PRÓXIMO”. Na medida em que estivermos dispostos a respeitar, ajudar, compreender e amparar aqueles que nos rodeiam, seja o familiar, o colega de serviço, o amigo, o indigente, o doente, estaremos habilitando-nos à felicidade, contribuindo para que ela se estenda sobre o Mundo. Portanto, não nos elevaremos se não tivermos dispostos a auxiliar os companheiros que conosco estagiam no purgatório terrestre.

Este filme mostra que, a maior surpresa da morte carnal é a de nos colocar face a face com a própria consciência; que levaremos para o Além, os “tesouros que a traça não corrói e o ladrão não rouba” como disse Jesus, ou seja, não levaremos nada que se destina ao uso do corpo, e sim tudo o que se refere ao uso da alma: a inteligência, os conhecimentos, as qualidades morais; lá não será computado o valor dos nossos bens, nem dos nossos títulos, mas serão contadas as nossas virtudes, e nesse cálculo o operário talvez seja considerado mais rico que o príncipe. André Luiz, por exemplo, não teve privilégios por ter sido médico na Terra, porque, todos somos iguais perante a lei divina; e no plano espiritual aprendemos muito, mas é encarnado que testaremos o aprendizado. Então, a "purificação" espiritual se dará depois de muitas encarnações, quantas forem necessárias, até que aprendamos que os passos do cristão, em qualquer escola religiosa, devem dirigir-se verdadeiramente ao Cristo.

Aos que acham este filme fictício deixo uma pergunta de Emmanuel que está no prefácio do livro "NOSSO LAR" : "O inabitual, entretanto, causa surpresa em todos os tempos. Quem não sorriria, na Terra, anos atrás, quando se lhe falasse da aviação, da eletricidade, da radiofonia?"

POSTADO PELO GRUPO DE ESTUDO "ALLAN KARDEC" http://grupoallankardec.blogspot.com


Compilação feita por Rudymara de Paula retirada dos livros: "O Evangelho segundo o Espiritismo"; "Nosso Lar" e "Um jeito de ser feliz".


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