quarta-feira, 13 de julho de 2011

ALMAS GÊMEAS - Richard Simonetti


1 - Existem as almas gêmeas, metades que se buscam para um embalo eterno?
O Espiritismo diz que não, conforme está na questão nº 298, de “O Livro dos Espíritos”. Há, seguramente, as algemas, almas que se unem para experiências de resgate e reajuste, no instituto do casamento.
2 - Então essa história de cara metade é furada?
Não inteiramente. Se há respeito, carinho, compreensão entre os cônjuges, natural que usem essa expressão reciprocamente. Se acirram-se desentendimentos, em clima de guerra doméstica, a cara metade costuma transformar-se em metade cara, em face do desgaste emocional e espiritual dessa convivência.
3 - Por isso costuma-se dizer que o casamento é como uma fortaleza sitiada. Quem está fora quer entrar. Quem está dentro quer sair...
Levando por aí podemos lembrar uma observação atribuída a Sócrates:Quer vos caseis, quer não, havereis de vos arrependerdes.”
4 - Não será para contornar essa dubiedade que muita gente prefere o ajuntamento, sem os compromissos formais do matrimônio?
O ajuntamento é uma clara demonstração de que os parceiros desejam as vantagens dessa relação sem disposição para assumir os compromissos que lhe são inerentes.
5 - Quais seriam esses compromissos?
Fundamentalmente, o de renunciar à liberdade irrestrita. Numa existência em comum as decisões e iniciativas não podem ser unilaterais. Há que se harmonizarem necessidades e aspirações de ambas as partes.
6 - Mas isso não pode estar presente também num ajuntamento?
Talvez, mas é difícil. Implicitamente as pessoas que partem para um ajuntamento estão dizendo: «Vamos experimentar. Se você não invadir meu espaço, se não interferir em minhas iniciativas, se atender às minhas expectativas, ficaremos juntos”. É um mau começo.
7 - Até que ponto o casamento altera essa concepção?
O casamento é uma demonstração recíproca de confiança na solidez da relação. Ao assinar o contrato matrimonial os nubentes atestam que estão dispostos a enfrentar juntos as lutas da existência e compor um agrupamento familiar, marcado pela presença de filhos, com todas as responsabilidades que lhe são inerentes.
8 - Como superar as divergências, a caminho de uma harmonização na vida familiar?
O primeiro passo, o mais importante, é superar o comportamento egoístico. Mudar a conjugação, no verbo de suas ações. Nunca na primeira pessoa do singular, eu; sempre na primeira do plural, nós. Que sejam almas gêmeas nesse empenho e viverão felizes.





sexta-feira, 1 de julho de 2011

DIVALDO FRANCO E IRMÃ DULCE - uma linda amizade


Divaldo voltava do IPASE, onde trabalhou durante a sua juventude e maturidade, quando observou que uma freira, muito franzina, tentava carregar nos seus braços um mendigo doente nas ruas da cidade do Salvador.

Na época, bem jovem e forte, o nosso irmão apresentou-se à religiosa, oferecendo-se para carregar o pobre doente.

A freira também apresentou-se, dizendo chamar-se irmã Dulce, e contou-lhe que sonhava construir um grande hospital para abrigar esses doentes abandonados nas ruas. Nosso irmão, então, carregou o doente que estava tuberculoso, com fortes hemoptises e levou-o a um barracão seguindo as orientações de irmã Dulce.

Passado algum tempo, nossa irmã telefonou a Divaldo e foi o início de uma grande amizade.

A boa religiosa, contou-lhe, certa feita, que um cantor famoso oferecera uma expressiva doação em dinheiro para as obras do Hospital, numa época de sérias dificuldades. E assim os dois amigos dialogavam sempre sobre as bênçãos da beneficência.

Divaldo sempre visitava a freira amiga, mesmo depois da fundação do Hospital Santo Antonio, que ela idealizou e fundou.

Fala-nos sempre sobre o carinho que irmã Dulce nutria pelos doentes, a ponto de trocar as camas ortopédicas de presente para seu uso particular, por mais leitos no hospital.

Divaldo conta que para a freira, a caridade tinha urgência. Quando faltavam quartos, internava os doentes em qualquer outro cômodo do hospital, pois achava que era melhor do que deixá-los na rua sofrendo privações.

Em uma oportunidade, a Mansão do Caminho recebeu mais de 2.000 panetones e ofereceu parte deles à irmã Dulce para que ela distribuísse aos seus doentes.

Assim são os caminhos da fraternidade, da solidariedade, da amizade. Duas almas de grande evolução, com o mesmo ideal de amor, travaram belíssima e sólida amizade, dialogando sobre os pobres e aflitos do mundo, procurando amenizar suas dores e padecimentos através da ação da caridade.

Professavam religiões diferentes, mas o amor a Jesus e o ideal de dedicação ao próximo os irmanava.


Retirado do blog http://grupoallankardec.blogspot.com