segunda-feira, 27 de dezembro de 2010

EUTANÁSIA E ORTOTANÁSIA - J. Raul Teixeira


A eutanásia, como sabemos, é uma prática que não tem o apoio da doutrina espírita. Surgiu, no entanto, ultimamente, a idéia da ortotanásia, defendida até mesmo por alguns médicos espíritas. Qual a sua opinião a respeito?

O mais importante na esfera da ortotanásia será sempre o uso do bom-senso, pois uma coisa é deixar o indivíduo morrer naturalmente, quando se veja que sua vitalidade vai baixando de nível como uma chama que se apaga. Outra situação, porém, será ver alguém sofrendo e cruelmente não lhe aplicar qualquer sedativo ou medicamento, deixando que morra em meio ao desespero ou à dor intensa. Nem a eutanásia nem a ortotanásia, quando fuja ao bom-senso e se aproxime da crueldade. Que os conhecimentos médicos vigentes possam ajudar os que se acham à beira da desencarnação, facilitando-lhe um tranqüilo retorno ao Invisível sem comprometimento negativo de médicos, enfermagem ou familiares.




sábado, 25 de dezembro de 2010

"EVANGELIZAÇÃO", OBRIGAR OU NÃO? - Divaldo Franco

Resposta: Temos ouvido alguns confrades afirmarem: “Eu não forço os meus filhos, para a evangelização espírita, porque eu sou liberal.” Ao que poderia ajuntar: “Porque não tenho força moral.” Se o filho está doente, ele o força a tomar remédios; se o filho não quer ir à escola, ele o força. Isto porque acredita no remédio e na educação. Mas não crê na religião. Quando afirma: “Vou deixá-lo crescer, depois ele escolherá.” Para mim representa o mesmo que o deixar contaminar-se pelo tétano ou outra enfermidade, para depois aplicar o remédio, elucidando: “Você viu que não deve pisar em prego enferrujado? Agora, irei medicá-lo.” Ou tuberculoso, falar-lhe dos preceitos da higiene e da saúde.

Se nós damos a melhor alimentação, o melhor vestuário, o melhor colégio, dentro das nossas possibilidades, aos filhos, porque não lhes damos a melhor religião, que é aquela que já elegemos? Que os filhos, quando crescerem, larguem-na, que optem depois. Cumpre aos pais o dever de dar o que há de melhor. Se eles encontraram, no Espiritismo, a diretriz de libertação, eis o melhor para dar e não deixar a criança escolher, porque esta ainda não sabe discernir. Vamos orientá-los. Vamos “forçá-los”, entre aspas, motivando-os, levando-os, provando em casa, pelo nosso exemplo, que o Espiritismo é o que há de melhor. Não, como fazem muitos: obrigam os filhos irem à evangelização e, em casa, não mantém uma atitude espírita. É natural que os filhos recalcitrem, porque vêem que tal não adianta, pois que os pais são espíritas, mas em casa, decepcionam.

Se, todavia, os pais são espíritas em casa, eles irão, felizes, às aulas de evangelização e de juventude, porque estão impregnados do exemplo.


Retirado do blog http://mocidadeallankardec.blogspot.com



quinta-feira, 23 de dezembro de 2010

POR QUE TANTA VIOLÊNCIA ENTRE PAIS E FILHOS? - J. Raul Teixeira



No capítulo da violência entre pais e filhos, deparamo-nos com adversários que reencarnam-se no mesmo conjunto doméstico, para atenderem ao serviço da recuperação de si mesmos, desfazendo rastros odientos e frustrações afetivas com o esforço devido; no entanto, ao lado desta realidade, conhecemos a indiferença e o abandono a que muitos filhos são relegados por seus pais, despertando velhos antagonismos, de conseqüências imprevisíveis.

Há que buscar-se o equilíbrio que o Evangelho de Jesus ensina. Aquele que mais compreender, sirva, oriente, perdoe, a fim de diminuir-se a onda de violência entre pais e filhos. Não esqueçamos, entretanto, que o abandono dos filhos, o ato de relegar-se sua orientação a escolas e a terceiros, a imposição sem explicação educativa, o fato de permitir aos filhos usos perigosos; apenas para não incomodar-se, não deixam de ser, à luz do Espiritismo, tenebrosos atos de violência, com os que atraiçoamos a confiança da Divindade, e que deveremos ajustar em tempos do futuro, e muitas vezes, de um futuro a iniciar-se hoje mesmo.





FILHOS ENVOLVIDOS COM DROGAS - J. Raul Teixeira



Qual deve ser o comportamento dos pais, quando os filhos estão envolvidos com drogas?

Raul – O do esclarecimento lúcido, sem emoções desequilibradas, mostrando que eles, os filhos, são os primeiros e grandes lesados. A persistir o envolvimento, nenhum pai responsável e que ame seus filhos, deverá negar-se a conduzi-los a tratamento médico, ou médico e psicológico, com profissionais de comprovada confiança e, se necessário, pelo nível de descontrole a que cheguem ou pelos perigos para os implicados ou para a própria família, a internação em competente clínica. É bom que lembremos que, em tais casos, o paciente não tem que decidir se vai ou não internar-se, uma vez que já demonstrou não estar sabendo utilizar seu livre-arbítrio para o bem de si e dos que o rodeiam.

Ao lado do atendimento de profissionais, a oração e o tratamento da fluidoterapia espírita, em muito contribuirá para desfazer-se o quadro tormentoso, considerando-se a insuflação obsessiva que costuma estar presente em situações desse gênero.







terça-feira, 21 de dezembro de 2010

NAS ORAÇÕES DE NATAL - Emmanuel


Rememorando o Natal, lembramo-nos de que Jesus é o Suprimento Divino à Necessidade Humana.
Para o Sofrimento, é o Consolo;
Para a Aflição, é a Esperança;
Para a Tristeza, é o Bom Ânimo;
Para o Desespero, é a Fé Viva;
Para o Desequilíbrio, é o Reajuste;
Para o Orgulho, é a Humildade;
Para a Violência, é a Tolerância;
Para a Vaidade, é a Singeleza;
Para a Ofensa, é a Compreensão;
Para a discórdia, é a Paz;
Para o egoísmo, é a Renúncia;
Para a ambição, é o Sacrifício;
Para a Ignorância, é o Esclarecimento;
Para a Inconformação, é a Serenidade;
Para a Dor, é a Paciência;
Para a Angústia, é o Bálsamo;
Para a Ilusão, é a Verdade;
Para a Morte, é a Ressurreição.
Se nos propomos, assim, aceitar o Cristo por Mestre e Senhor de nossos caminhos, é imprescindível recordar que o seu Apostolado não veio para os sãos e, sim, para os antigos doentes da Terra, entre os quais nos alistamos...
Buscando, pois, acompanhá-lo e servi-lo, façamos de nosso coração uma luz que possa inflamar-se ao toque de seu infinito amor, cada dia, a fim de que nossa tarefa ilumine com Ele a milenária estrada de nossas experiências, expulsando as sombras de nossos velhos enganos e despertando-nos o espírito para a glória
imperecível da Vida Eterna.

(Do livro "Os Dois Maiores Amores" - Francisco C. Xavier - Autores Diversos)


PARÁBOLA DO BOM SAMARITANO


Jesus explicou a caridade contando a parábola do bom samaritano:

“Um dia, um representante da lei quis testar Jesus e perguntou-lhe:

- Jesus, o que deverei fazer para merecer entrar no reino dos céus?

Jesus respondeu:

- Amar a Deus de todo coração e de pensamento e ao próximo como a ti mesmo.

O homem voltou a perguntar:

- Mas quem é o meu próximo?

Jesus falou:

- Vou contar-lhe uma história e poderá entender quem é seu próximo: Um homem saiu de Jerusalém para ir a Jericó. Pegou uma estrada deserta. Ia tranqüilo, quando uns ladrões o atacaram. Roubaram tudo o que ele tinha: roupa, dinheiro e ainda espancaram o pobre coitado que desmaiou. Passou por ali um religioso, que era sacerdote, olhou, e passou reto, sem sentir piedade das dores daquele homem caído. Em seguida, outro homem passou por ali, que era levita, e trabalhava no Templo religioso, e fez a mesma coisa, embora tivesse conhecimento das Leis de Deus. Depois, passou por ali um samaritano (habitante, da cidade de Samaria, que os judeus consideravam como inimigo). Este homem que era mal visto por todos, por ser samaritano, quando viu aquele homem, caído todo machucado e desmaiado, desceu rapidamente do animal que cavalgava. Não quis saber se aquele homem era rico ou não, se era judeu inimigo ou não. Tratou das feridas e o colocou no lombo do burrico, levando-o a uma hospedaria. Passou a noite toda cuidando do pobre homem. Quando amanheceu o dia, seguiu seu caminho, mas antes deu algum dinheiro ao dono da hospedaria para continuar tratando daquele pobre homem e disse:

- Eu vou, mas voltarei, e se gastar mais, na volta pagarei.

Então, Jesus perguntou:

- Qual dos três cuidou do homem ferido? Quem teve piedade, demonstrando amor ao próximo?

O homem respondeu:

- Aquele que cuidou do ferido, o samaritano, pois usou de misericórdia.

Jesus concluiu:

- Vá e faça o mesmo. Cuide dos que precisam de ajuda, console os aflitos, assim poderá ganhar o Reino dos Céus.

Conclusão: O próximo, é qualquer pessoa que esteja em nosso caminho; é qualquer alma necessitada de auxílio; é aquele que tem fome, que tem sede, que está desamparado, que está sofrendo na prisão ou no leito de dor . . . Nós devemos ser sempre como o Bom Samaritano. Devemos estar sempre pronto para socorrer quem sofre, sem perguntar nada ao necessitado. Sem querer saber se o pobre, se o doente, se o orfãozinho necessitado é espírita ou católico, protestante ou judeu, se sua raça é branca ou negra. Devemos afastar de nosso coração os preconceitos.

PARÁBOLA DO SEMEADOR


Jesus contou a parábola do semeador:

“Um semeador, como fazia todos os dias, saiu de casa e se dirigiu ao seu campo para nele semear os grãos de trigo que possuía. Enquanto lançava as sementes ao campo, algumas caíram no caminho, e os passarinhos comeram. O semeador continuou semeando, e as sementes caíram num lugar cheio de pedras e pouca terra, onde a raiz não se aprofundou, por isso, as sementes cresceram mas morreram logo. Outros grãos caíram num pedaço do campo onde havia muitos espinheiros. Lá o trigo também cresceu, mas foi sufocado pelos espinhos e morreu. Uma última parte das sementes caiu numa terra boa e preparada, longe dos pedregulhos e dos espinheiros. Aí o trigo ali semeado deu uma colheita farta. Cada grão produziu outros cem, outros sessenta ou outros trinta . . .

Conclusão: Jesus é o Divino Semeador. A semente é a Sua Palavra de bondade e sabedoria. E os diversos terrenos são nossos corações. Portanto, Jesus lança a Palavra, ou seja, Seus ensinamentos em nossos corações. E cada um de nós aproveita a Palavra de uma maneira.

Rodolfo Calligaris explica: Conforme a, sua má ou boa vontade na aceitação da palavra de Deus, e a maneira como procedem após tê-la ouvido, os homens podem ser classificados como "beira de caminho", "pedregal", "espinheiro" ou "terra boa”.

A primeira classificação refere-se aos indiferentes, isto é, aos indivíduos ainda imaturos, não preparados para tal semeadura, indivíduos que se expressam mais pelo estômago e pelo sexo e cujos corações se mostram insensíveis a qualquer apelo de ordem mais elevada.

A segunda diz respeito a. uma classe de pessoas de entusiasmo fácil, que, ao se lhes falar do Evangelho, aceitam-no prontamente, com júbilo; mas, não encontrando, dentro de si mesmas forças suficientes para vencerem o comodismo, os vícios arraigados, os maus desejos, etc., sentem-se incapazes de empreender a reforma de seus hábitos, a melhora de seus sentimentos, e, se acontece surgirem incompreensões e dificuldades por causa da doutrina, então esfriam de uma vez, voltando, rápido, a rotina de vida que levavam.

Os da terceira espécie são aqueles que, embora já tenham tido "notícias" dos ensinamentos evangélicos, e os admirem, e os louvem até, sentem-se, todavia, demasiadamente presos às coisas materiais, que consideram mais importantes que a formação de uma consciência espiritual. Os medos do futuro, a luta pela conquista de garantias pessoais, vantagens e luxuosidades, sufocam, no nascedouro, os sentimentos altruísticos ou qualquer movimento de alma que implique a renúncia aos seus queridos tesouros terrestres.

Os definidos por último personificam os adeptos sinceros, nos quais as lições do Mestre Divino encontram magníficas condições de receptividade. Abraçam o ideal cristão de corpo e alma, e se esforçam no sentido de pô-lo em prática. Embora sofram tropeços e fracassem algumas vezes, perseveram animosos, resultando de seu trabalho abençoados frutos de benemerência e de amor ao próximo.

"Quem tenha ouvidos de ouvir, ouça”.

sábado, 18 de dezembro de 2010

PARÁBOLA DO FILHO PRÓDIGO - Cairbar Schutel


Um certo homem tinha dois filhos, que com ele moravam no seu lar.
Um dia, o mais moço pediu ao pai que lhe desse a parte da riqueza que lhe pertencia. Porque ele desejava correr mundo, viajar por outras terras, conhecer nova gente . . .
O pai então, repartiu com ambos os seus bens, dando a cada um a parte que lhes cabia, de sua fortuna.
Alguns dias depois, o filho mais novo, juntando todas as coisas que lhe pertenciam, partiu para um país distante, muito longe de sua terra natal.
Esse moço, mal chegou ao país estrangeiro, começou a gastar, sem cuidado, todo o dinheiro que possuía. Depois de gastar tudo, aconteceu uma grande fome naquele país, e ele começou a passar necessidades. O rapaz, então, buscou um homem para pedir-lhe ajuda. Este o mandou para seus campos para guardar porcos; ali o rapaz desejava fartar-se dos frutos que os porcos comiam, mas ninguém lhas dava. Os porcos comiam melhor do que ele.
Diante de tanto sofrimento, o rapaz arrependeu-se sinceramente de sua ingratidão e de seus dias vividos no erro e no vício . . . Então pensou entre lágrimas:
- Quantos trabalhadores de meu pai tem pão com fartura e eu aqui, morrendo de fome! Vou levantar-me, e voltarei a casa de meu pai para dizer-lhe: “Pai, pequei contra o Céu; trata-me como um dos seus trabalhadores.”
E levantando-se foi a seu pai. Quando estava chegando, seu pai o viu e teve compaixão dele, e, correndo, o abraçou e o beijou. Disse-lhe o filho:
- Pai, pequei contra o Céu e diante de ti; já não sou digno de ser chamado teu filho.
O pai bondoso, porém, disse aos servos para que preparassem uma festa, porque o filho que estava morto reviveu, e que estava perdido se achou.
O filho mais velho estava no campo, e quando soube da festa para o irmão, ficou indignado, e não queria entrar. O pai tentou conversar. Mas ele respondeu:
- Há tantos anos que te sirvo sem jamais transgredir uma ordem sua, e o senhor nunca me deu uma festa para eu me alegrar com meus amigos; daí chega este teu filho que gastou teus bens com meretrizes, e o senhor dá uma festa para ele.
Respondeu-lhe o pai:
- Filho, você sempre está comigo, e tudo que é meu é seu; entretanto, é justo que nos alegremos, porque este seu irmão era morto e reviveu, estava perdido e se achou.

(Lucas, XV, 11-32)


O pai desta estória é Deus.
Os filhos representam a Humanidade.
Uma parte é representado pelo filho obediente, mas invejoso, avarento e egoísta. Que fica com o pai, com os bens, mas também fica com as más paixões, como os sentimentos de inveja, avareza e egoísmo. Ele não teve compaixão do próprio irmão arrependido. Quando ele exaltou suas qualidades e se referiu com desdém ao irmão, nos faz lembrar do fariseu orando no templo exaltando seus méritos e menosprezando o publicano. Esta atitude é falta de caridade, ou seja, de amor ao próximo.
Uma outra parte é representado pelo filho desobediente e esbanjador (que quer curtir a vida e se esquece de Deus), e com isso esbanja os bens que o Pai lhe deu como: a inteligência, a saúde, o tempo, o saber, o dinheiro, etc. E, quando a dor, a fome, as tribulações aparecem, estes se arrependem e voltam-se para Deus, que é nosso Pai Compassivo e Eternamente Amigo. Cometendo ou não erros, devemos correr para Ele, na estrada da oração sincera, com o coração arrependido e disposto a nos esforçar para não errarmos mais. Ele nos ouvirá e virá ao nosso encontro, porque não há ninguém tão bom quanto Deus. Nem há quem nos ame tanto quanto Ele.
Mas, esta parábola mostra também que, as penas eternas do inferno, inventado pelos homens, não existem. As portas do Céu jamais se fecham, permanecendo abertas para os pecadores arrependidos.
Nesta parábola Jesus mostrou que Deus está sempre de braços abertos para receber seus filhos arrependidos, e dar a eles uma nova chance reencarnatória para que possam ressarcir seu erro.
Como poderia Deus pedir (para seus filhos cheios de falhas moral) para perdoar 70 x 7 vezes, ou seja, infinitamente, se Ele, o Pai perfeito e bondoso não perdoa? É incoerente.
Como vemos, não há sofrimentos eternos, não há dores nem castigos sem fim.
Mas, há felicidades indestrutíveis por todo o infinito, esplendores por toda a Criação, amor por toda a eternidade.
A lei de Deus é igual para todos: não poderia ser boa para o bom e má para o mau; porque tanto o que é bom quanto o que é mau estão sob as vistas do Supremo Criador, que faz do mau bom, e do bom melhor: pois tudo é criado para glorificar o seu imaculado nome.
Não há privilégios nem exclusões para Deus; para todos Ele faz nascer o seu Sol, para todos faz brilhar suas estrelas, para todos deu o dia e a noite; para todos faz descer a chuva.
O Pai “não quer a morte do filho mau e ingrato, mas sim que ele se converta, que abandone o mau caminho e viva.”
Ninguém se perde, pois não há culpas irreparáveis.
Não basta nos abstermos do mal, nem é suficiente que cultivemos uma fé inoperante para fazermos jus às alegrias do Céu. É necessário, é condição indispensável para isso, que tenhamos desenvolvido em nós o amor.

Do livro: Parábolas e Ensinos de Jesus
De: Cairbar Schutel